quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Reflexo no espelho






Falar de si é algo complicado. Pelo menos para mim. Às vezes, tento me descrever e esbarro em uma enorme dificuldade. Mesmo quando tento fazer isso para mim mesma. Sei o que eu quero e o que eu não quero. Como eu reajo diante de algo e como não devo me comportar em determinadas ocasiões. Mas transformar esses comportamentos, essa personalidade em palavras sempre me engasga. 

Quem nunca treinou aquela famosa pergunta geralmente feita em uma entrevista de emprego "Fale-me sobre você?". Além de existir toda uma regra.
  
Dizer que é perfeccionista não é mais um defeito. E agora? Que tipo de defeito eu posso falar sem correr o risco de perder a vaga?

Muitas vezes esperamos ouvir do outro quem somos e isso nem sempre ajuda. Qualquer interpretação errada pode causar um desastre em relação à imagem que o próximo - ou o distante - faz de você.

Alguns procuram respostas em análise, outros nos astros, na genética. Mas quem teria essas respostas? Minha mãe acertaria me descrever? Eu acertaria se me descrevesse? Você saberia listar dois defeitos e duas qualidades minhas?


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Eggs 2 - O Confronto Final





Hoje cheguei do trabalho com uma alegria de viver. Coloquei uma roupa mais leve e resolvi assistir o por-do-sol. Fiz algumas belas fotos. Renovei energias.

Na volta para casa não resisti e entrei no mercado. Aqui em Arraial não tem muita opção de diversão e com isso mercado vira uma espécie de shopping center, em menores proporções, lógico!

Achei que deveria comprar uma nova mistura para bolos, afinal, é receita de microondas. #amo
Até aí, tranquilo. Mas o fato é que, aqui em casa, ovo sempre estraga. Então não seria uma boa ideia comprar uma dúzia. Mas o mercado não vende avulso, logo, me restou a vendinha mais famosa de Arraial. Aquela mesma, do caso Eggs.

Pensei "Imagina! O cara atende vááárias pessoas. Não vai lembrar de mim.". Eu tinha a missão de fazer o pedido de ovos mais natural do mundo. Então, eis que eu adentro ao recinto, dirijo-me até o balcão, encaro o senhorzinho de cabeça branca de frente e digo: tem ovos?

Reparem que com essa frase eu pergunto implicitamente se tem ovos em seu estabelecimento para serem vendidos. O que não daria margem para qualquer outro pensamento. Entretanto, querido auditório, eu percebi um discreto sorriso em seus lábios - fato que se lembrou do ocorrido. Ele aguenta firme, faz um breve silêncio e responde: não tem.

Fiz uma breve lamentação. Comentei que havia deixado de comprar no mercado, pois ali comprava avulso e tal. E antes que eu pudesse me enrolara mais, saí com uma certeza: Não volto jamais!!!


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O beijo que não foi.

Então, eu o beijei. Havia algum tempo que eu já esperava por isso. E no ápice do meu desejo, aconteceu. Ficou claro para mim que ele, apesar de não esperar, também queria. Sem qualquer palavra carinhosa ou promessa de casamento, nos separamos e tudo voltou ao normal.
Assumimos nossas antigas posições de "apenas bons amigos". Lidei bem com isso. Melhor até do que eu esperava. Sempre pensei que isso não precisava se tornar um jogo. E assim foi feito.
Mas venho sofrendo de outro mal. O mal do beijo não dado. Penso mais nesse do que no realizado! Algo está errado comigo. Algo está saindo do controle e isso não é bom.
Não falo do amor que já sinto. Este é diferente. É calmo. Não há espaço para insegurança. Não há saudade insuportável. Não há juramento. É algo que beira o fraternal.
Falo de algo novo, que ainda não descobri o que é. Falo precocemente, pois ainda não é coisa alguma que se possa denominar. Mas está ali. Num canto. Sofrendo algum tipo de metamorfose.
Culpa daquele beijo despretensioso na orelha que terminou por desencapsular esse vírus, ainda estranho no meu corpo.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Bem, me quer?



Acho que cheguei na crise dos 30 precocemente. Percebo que entrei novamente na fase reflexiva sem que seja ano novo. Talvez sejam questionamentos comuns entre as pessoas. Acredito que sim. Mas não ter as respostas imediatas me deixa ansiosa. Tenho pensado sobre:

o que eu fiz da minha vida?
já vou fazer 30, o que eu fiz até aqui?
o que falta ser feito?
será que irei conseguir fazer?
será que irei me casar?
terei filhos?
será que eu quero ter filhos?
será que eu realmente quero casar?
que país quero conhecer?
que língua eu quero falar?
que colchão quero comprar para minha cama?
que foto ainda falta bater?
qual será a nova febre da internet?
quanto tempo ainda terei minha vó comigo?
quantos anos minha cadela irá viver?
por que eu sou flamengo e meu pai vasco? (risos)
por que eu não aprendo a tocar violão?
devo voltar para a dança de salão ou fazer Ballet?
bem me quer ou mal me quer?

etc.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O tudo ainda é pouco



Eu agora poderia "sossegar o facho", como diria a minha mãe, mas não sou feita disso. Consegui o que mais queria na vida. Não lembro de querer algo mais do que eu quis esse encontro. Sabe quando o alpinista chega ao cume? O que ele faz depois? Desce!

Era o que eu tinha a fazer. Voltei da Suíça e agora procuro um novo cume. Um novo querer. Algo que me exija tempo, desejo, orações, privações, ansiedade, paixão e estratégia. Pensa que é fácil?

Hoje pela manhã, ouvindo a CBN o locutor falava sobre a chegada do iPad 2 no Brasil. Pessoas dormindo na fila. Um delírio sobre algo que sequer tem uma função definida. Quero ver você sentar na praça, no fim da tarde, pegando uma brisa e se divertindo na Internet com seu iPad 2. O risco inicial é só perder o equipamento. Mas se o funcionário do crime estiver com tempo livre, pode levar também carteira e celular. Ou seja, não é algo que faça parte de nossa cultura.. Pelo menos, falo por mim. Eu acharia essa cena bem tosca.

A verdade é que eu não preciso de um iPad 1 ou 2 e isso me deixa um pouco confusa. Sou eu que estou errada? Acho melhor encontrar logo um querer novo. Seja uma bolsa, um sapato, uma país ou somente um alguém.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Questionário de bolso

Yannick


Quando sabemos se já estamos preparados para sermos adultos? Preparados para termos problemas de adultos? Quem vai pagar as contas desse amor pagão?, já diziam Os Paralamas. Mal acabei de resolver meus problemas de adolescência e já havia um embrião em desenvolvimento: problemas de gente grande. Foi parido sem que eu sentisse – e acho que foi prematuro. Quando vi, já estava lá lutando por uma posição na empresa, processando a operadora de celular, tirando o passaporte, abrindo uma ocorrência no Detran ou uma conta corrente no banco.


Até ontem meu único problema era descobrir o que eu queria ser. Será que já sou o que queria. E se não for, ainda quero ser o que um dia quis? E quando eu for, o que farei depois de ser?

O que faço com aquilo que já tenho, visto que, o que move o mundo é o estímulo. Todos precisamos de algum. E nesse momento me faltam planos. Sempre achei que, com quase trinta eu estaria seguindo a vida em velocidade linear. Mas a inércia prende meus movimentos. É como não acelerar e nem frear, somente ir. E pra onde? Pra onde estou me levando?

Uma vez vi em um programa de TV que criança que faz muita pergunta será um adulto inteligente. E se você cresce e percebe que as perguntas não cessaram, que tipo de adulto você está se tornando?

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Eggs




Tem coisas que acontecem conosco que o melhor que fazemos é trancarmos a sete chaves. Mas, como não sou baú... vou contar! rs

Chegando a minha rua, só pensava no que eu iria jantar. Repassava tudo que tinha no meu congelador e nada me atraía. Eis que eu me lembro do arroz deixado pela minha querida mãe dentro da minha pequena geladeira.

Eu estava a salvo. Logo fui imaginando dois ovos fritos em cima daquele arroz branco.. hummmm!
Para isso só faltavam os ovos. Porém, para minha sorte, existe uma birosquinha na minha rua. Entro afobada na vendinha e percebo que o dono - um senhor já de cabeça branca - estava um pouco atarefado com a porta do estabelecimento.

Olho para cima e disparo: "Boa noite! O senhor tem ovos?". E antes que ele pudesse responder, eu percebi pela mudança de seu semblante que algo havia soado mal. Resolvi contornar a situação e em seguida lancei: "Vermelhos?!". Deus! Mais uma me*r#da havia escapado sem que eu a segurasse em meus lábios.

Ainda tentando resgatar o mínimo de dignidade que poderia parecer me restar naquele momento, fechei o discurso com chave de ouro e completei: "Avulsos?".
 Não havia mais saída. O mal já estava entendido e ninguém poderia explicá-lo que sou expert em frases de duplo sentido sem que eu saiba que ela tinha outro sentido antes.

O senhor, muito discreto e gentil, não deixou transparecer o embaraço da situação. Interessado na venda, ele me pergunta: "Quantas dúzias?". E eu, que me assustei com a pergunta pelo fato de morar sozinha, concluo a conversa dizendo: "Não, sãos dois!".

Me restou somente pegar meus dois ovos avulsos e vermelhos e voltar para casa corada e segurando o riso com a certeza de que levarei um bom tempo para voltar naquele lugar.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Anúncio - re-postado a pedido.

Procura-se alguém que se intitule namorado. Alguém que ande de mãos dadas, que olhe nos olhos, que toque com as pontas dos dedos. Um ser que passe toda a tarde curtindo somente minha companhia sem o foco do seu próprio prazer. Sem pensar a todo tempo em seu órgão reprodutivo.

Esta pessoa deve desejar conhecer coisas novas ao meu lado. Ainda que seja uma comida de aparência e nome estranhos, mas de gosto peculiar como canjiquinha. Que entenda que eu não bebo refrigerante porque não sei arrotar. Que ria disso, mas não me transforme em piada.

Um homem com o equilíbrio certo de sensibilidade. Que chore ao assistir Cidade dos Anjos e ao me ver chorando por sua partida iminente. Mas que saiba me dizer um seguro não quando eu estiver tomando as rédeas da relação (requisito muito importante).

Pode também me ligar bêbado e dizer que me ama bem alto na frente dos amigos. Demonstrações públicas de afeto sempre me impressionam. Mesmo as mais íntimas são admiráveis, como o ato de me ligar nos seus 15 minutos de folga, mesmo tendo que enfrentar uma fila para usar o telefone e só restarem 5 minutos para dizer o quanto me ama e o quanto sente minha fala.

Passear em um lindo fim de tarde de mãos dadas pela praia também faz parte do pacote. Principalmente se fizer poses lindas para nossas fotos do álbum “Casal Feliz”.

Deve ter tatuagem, olhos verdes, falar uma língua estranha, me abraçar como se fosse a última vez e me fazer pensar todos os dias que podem existir "infinitas" mulheres lá fora, mas de todas elas a escolhida fui eu.

PS: Isso não é utopia. É amor e eu só sei que foi assim...

PS2: Esse texto havia sido deletado por mim. Porém recebi uma forte intimação para repostá-lo. Aproveitem antes que eu resolva mudar de idéia novamente (rs).

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Balanço anual


O ano de 2010 já desencarnou e eu fiz que nem vi. Não achei justo. Já consigo colocar "11" no fim das datas nos documentos. Já consigo olhar com o distanciamento necessário para ele.

O primeiro trimestre foi só de adaptação. Indo e voltando freneticamente da minha cidade natal para a minha atual cidade. Vivendo na corda bamba de um relacionamento intenso, necessário, divertido e revelador. Mas tudo isso sem dizer que ama, sem fazer planos, sem acreditar em um futuro a dois, sem tocar um no outro.

Esse segundo trimestre foi bem agitado. Ele se retira para dar lugar para quem é de direito: min kärlek. Ele ressurge das cinzas feito uma Fênix só para testar o meu amor - e teve sua prova. E mais uma vez desaparece, entre as cinzas de um vulcão em fúria (vulcão islandês Eyjafjallajokul). Me deixa aqui e leva consigo o que eu tinha de mais bonito para lhe oferecer: amor. Então, resolvi me divertir um pouco para esquecer de ambos. Aceitei sair à noite com alguns amigos e fui assaltada no ponto de ônibus na ida. Volto pra casa sem nem gastar o perfume.

Passei quase todo o terceiro trimestre me recuperando do primeiro semestre e envolvida com a monografia. Juro, achei que fosse surtar! Depois de ter conseguido a entrevista com o Leoni, achei que tudo mais seria pinto. Foi fo#d@, isso sim! Mas no final a criança nasceu e muito bem obrigada. Com a nota 9,5 fui aprovada com o conceito 'A' de excelente. Um dos melhores gostos de vitória que já senti depois da aprovação no vestibular.

Dali para cá não mudou muita coisa. Procurei relaxar um pouco e pensar em outras coisas, como minhas férias. Mas isso é assunto para outro post. Vivi coisas bem diferentes e me descobri um pouco mais. No geral, foi um belo ano. Positivo.