quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Touch me
Eu me desapego do meu corpo. Agora não há nada meu e nem seu. Tudo é da dança. Dou o primeiro passo e meu corpo responde. O coração acompanha a batida e a música me leva. Ele encosta em meu corpo e agora somos um só. Um só corpo, um só ritmo, um só desejo. O salão está vazio. Eu ouço sua respiração de perto. O suor escorre mas não sinto calor, somente a música. Rodopio e volto para os seus braços em segurança. Ele precisa ser firme, pois sabe que eu tentarei conduzir. Estou exausta, mas não o suficiente para desistir. Nada acontece lá fora. A vida está nesse salão. A vida está voltando para mim. Sinto tudo isso enquanto ele me curva para trás de maneira repentina e eu retorno lentamente mantendo o contato visual. Basta um leve toque para que eu perceba a qual direção me conduz. Não uso mais sapatos, tornaram- se a extensão dos meu pés. Notas musicais transformam passos em arte, braços em acabamento, mãos em bússolas que me conduzem por todo salão em meio a outras artes móveis. Isso é a dança. É a tentativa de tradução de algo que somente sentido pode ser entendido.
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