sexta-feira, 9 de março de 2012
Cinematograficamente encharcada
Era só mais um daqueles dias em que as únicas três coisas que você deseja são: banho, comer e dormir. Foi quase isso.
Na volta do inglês, passei no mercado para comprar um complemento para a janta. Fui para casa, tomei um bom banho, vesti algo confortável - na verdade, qualquer coisa é mais confortável que uma calça jeans - e fui cuidar da minha janta.
Coloquei para esquentar no microondas a comida que estava na geladeira, preparada pela minha mãe. Tudo certo, comida no prato faltando apenas o talher. Ah, o talher...
Termino de lavar o garfo com aquela fome de doer e quando fecho a torneira, a tragédia começa. Aposto que a maioria aqui já assistiu em algum filme ou novela uma cena muito comum na arte, mas nem tão comum assim no cotidiano.
Subitamente, recebo um jato de água gelada na cara, enquanto fechava a torneira. Não conseguia nem mesmo me perceber naquele momento. A torneira estava na minha mão!
Agora, analise minha condição: sozinha em casa, longe do telefone, água sendo lançada na minha sala, molhando móveis e com grande probabilidade de inundar a casa inteira. Sem falar que, quem eu chamaria? Nem mesmo conhecia um vizinho.
Fiquei tapando aquele cano com as mãos por aproximadamente 10 minutos - apesar de ter me parecido 1h.
Resolvi começar a resolver. O plano era tentar limitar o jato de água, pois impedir-lo por completo só mesmo fechando o registro. Esse era mais uma fase do joguinho. O registro ficava perto do teto, ou seja, eu ainda teria que subir na cadeira para fechá-lo.
Então tive uma ideia. Se eu colocasse uma colher de pau enrolada num Perfex para conter o volume de água, tudo estaria resolvido. Mas não foi o suficiente. Não segurou. E cada falha minha, de brinde eu levava um jato de água fria.
Respirei fundo, coloquei a colher de pau enrolada no Perfex e o galão de água para segurar. Escorregou. Rapidamente peguei uma concha de feijão que estava no escorredor para dar mais superfície ao cabo da colher de pau. E quando soltei a engenhoca, o líquido não oferecia mais perigo ao meu armário de madeira, que era a minha maior preocupação naquele momento.
Peguei a cadeira, fechei o infinito registro que nunca terminava de roscar. Ufa! E sem me descabelar com o que tinha virado a minha casa, troquei minha roupa, peguei meu prato, liguei a TV e fui jantar. Água seca com vento, minha fome só comida para sarar.
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Muito bom! Adoro como você narra com humor as histórias que para outras pessoas seriam drama.
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