quarta-feira, 30 de junho de 2010

Ao SAC dos assaltantes


Demorei muito para conseguir falar sobre isso. Não foi uma experiência muito agradável. Muitos já conhecem minhas histórias sobre roubos e furtos e sempre as contei de maneira leve e com uma leve pitada de humor negro. Mas dessa vez foi diferente.




Resolvi ser espontânea uma vez na vida e combinei de ir ao Circo Voador com amigos horas antes do evento (todos conhecem minha neura com planejamentos e tal, não é verdade?!). Não consigo explicar o que houve. Simplesmente me rendi a uma vontade louca de ir ao show da Elba numa véspera de feriado.



Saí de Arraial do Cabo e já fui arrumando a bolsa com os documentos, batom, celular e coisa que você só encontra na bolsa de uma mulher. Você nem acreditaria no que eu fiz caber dentro de um apertado carteirão.

Cheguei em casa, separei a roupa, tomei um belo banho, cuidei da maquiagem e me afoguei em perfume. Eu estava animada. Um dos meus amigos ligou para confirmar se eu ainda manteria o combinado e para a surpresa dele eu disse que sim. Quase pude ver a cara de espanto que ele deve ter feito do outro lado da linha.



Tudo certo, beijo na mãe. Beijo na filha (vira-lata linda da mãe).

Dirijo-me até o ponto de ônibus que fica exatamente na esquina da minha pacata rua que fica num pacato bairro de Niterói.

Nada do ônibus...



Eis que ele surge lá trás. Me animo. Tudo indo muito bem. Estava dentro do horário previsto e tudo!

Um pouco mais adiantado que o bus tem uma moto com dois homens. Eles param um pouco antes do ponto e vem puxando a moto lentamente, para não causar espanto na dama solitária e ingênua.



O rapazinho da garupa me dirige algumas palavras, mas como ele estava de capacete, não pude ouvir. Eu, educadamente, dou um animado passo para frente e pergunto: que?

Agora eu lhes pergunto, tarde da noite, dois homens em uma moto, um deles fala comigo tirando a mão da cintura de dentro de um grande casaco, o que eu esperava? "Poderia me informar as horas?"



O rapaz, muito educado também, me repete pausadamente a frase anterior (uma pena... é como ter que repetir a cena que ficou perfeita de um filme, pois o figurante tava olhando para a câmera): Não reaja, pois eu estou armado. Eu só quero a bolsa.



O que fazer nesse momento? Pedir pelo menos o chip do celular teria me poupado de tanto aborrecimento com a Tim.

Dei um discreto passinho para trás, abri um sorriso e perguntei com toda a certeza do mundo nas palavras: Cê tá brincando, né?!



Aí acho que ele perdeu a paciência. Disse algumas palavras grosseiras para mim, arrancou a bolsa da minha mão e foi embora com ela, levando toda a minha agenda de celular, minhas mensagens de texto, o vídeo de Luna comendo cenoura (tão lindo!), minha identidade com minha foto dos 16 anos e, entre outras coisas, levou meu carteirão novinho! Era quase a estréia dele na noite!

Quando o ônibus passou o motorista ainda deu aquela buzinadinha, sabe?! Ai que raiva!



Bem, dos males o menor. Estava na esquina de casa. Só me restou caminhar até em casa, sentar na frente do telefone e começar os cancelamentos. Inclusive o da saída com os amigos. Mas vou te falar, tirar a maquiagem sem nem mesmo usá-la foi o que mais me irritou.



Aproveito o espaço para fazer um breve apelo.

Queridos assaltantes, sei que estão fazendo o trabalho de vocês e tentando desenvolvê-lo da melhor maneira possível. Visando a melhoria do atendimento sugiro que devolvam às vítimas ao menos seus chips e documentos originais. Assim ninguém atrapalha o trabalho de ninguém, combinado?!



Sem mais,

Beijos

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